Laser gigante construído na China foi descoberto por satélite dos EUA.
Na região de Mianyang fica localizado o mais novo centro de fusão chinês. Esse centro representa um grande avanço tecnológico para a China, com o poder de revolucionar a capacidade militar e a geração de energia.
Luis Marcel
4/13/20253 min read


No ano de 2024 a China já estava trabalhando no Crazy Li, um laser gigante altamente poderoso, com capacidade de causar cegueira em situação de combate e cortar até mesmo metal. Mais recentemente um satélite norte-americano revelou uma estrutura gigante construída em forma de x localizada na cidade de Mianyang, tudo indica que se trata de uma instalação de pesquisa de fusão nuclear.
Um gigante tecnológico
Vários estudiosos da área monitoram essa instalação há anos, entre os quais citamos Decker Eveleth, que trabalha como analista na organização de pesquisa americana CNA Corporation. Autoridades americanas já haviam divulgado imagens de possíveis instalações nucleares chinesas no ano de 2020, entre as quais a instalação próximo de Mianyang, na província de Sichuan.
A China tem buscado o protagonismo de líder mundial em todos os setores, o trabalho na estrutura de Mianyang, além de desenvolver uma tecnologia com capacidade de produzir energia limpa e ilimitada, também tem o potencial para modernização de armas nucleares.
Os quatro braços gigantes identificados na imagem obtidas por satélite americanos, abrigam " baias" que tem a função de disparar lasers até o centro de experimentação que abriga uma câmara alvo contendo isótopos de hidrogênio, para poder produzir grande quantidade de energia em um processo de ignição.
Os EUA estão na liderança mundial em termos de trabalho com a fusão nuclear há muito tempo, o National Ignition Facility, na California, utiliza tecnologia de ignição a laser. No ano de 2022, os cientistas do NIF, foram os primeiros do mundo a conseguirem uma fusão nuclear bem-sucedida, com ganho líquido de energia. Segundo analistas internacionais, o centro de pesquisa em Mianyang é 50% maior que o National Ignition Facility, tornando-o o maior centro de fusão nuclear do mundo.
Funcionamento da fusão a laser
Para gerar energia por meio de fusão nuclear, é preciso que ocorra a união dos átomos de hidrogênio, reproduzindo o mesmo processo que ocorre no Sol e em outras estrelas. Nesse processo lasers potentes são disparados na direção de uma câmara central que abrigam átomos de hidrogênio, comprimindo-os até se fundirem, liberando dessa forma uma grande quantidade de energia (processo conhecido como ignição).
A fusão nuclear, diferentemente da fissão nuclear (tecnologia de energia nuclear atual do mundo), não produz resíduos radioativos de longa duração. Por esse motivo Países e empresas buscam dominar esse tipo de produção de energia.
Qual o objetivo dos chineses?
Instalações de fusão nuclear além de sua utilização na produção de energia, também podem desempenhar papel importante na produção de armas nucleares.
EUA e China integram o Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares, que proíbe a realização de testes com explosivos atômicos. Instalações de fusão nuclear permitem simulação de explosões nucleares sem detonação física.
Willian Alberque, analista do Centro Henry L. Stimson disse "que qualquer país com uma instalação similar ao NIF inevitavelmente usará sua capacidade para aprimorar seus arsenais nucleares". A instalação de Mianyang é considerada por alguns especialistas como um centro diferente, que combina uma função hibrida de fusão e fissão, o que tornaria a produção de energia nacional chinesa mais poderosa do que qualquer coisa desse tipo em países ocidentais.
A fusão nuclear é considerada a energia do futuro, pois, possui a capacidade de fornecer energia limpa e ilimitada, além de apresentar uma poderosa ferramenta na área de segurança nacional. Os Estados Unidos ainda lideram as conquistas científicas no campo, mas a China se move rápido, está disposta a vencer essa corrida.